domingo, 2 de novembro de 2008

ELE CONHECIA TODOS OS RESIDENTES DA ZONA...

Ele conhecia todos os residentes da zona. Não havia manhã que ele não fizesse uma visita demorada pelas ruas e ruelas do local. Cumprimentava os novos moradores, dava-lhes as boas-vindas e memorizava os seus nomes, os nomes das famílias e as suas origens. Indagava também o porquê de se terem mudado para ali. Aliás, ele conhecia todos os residentes pelo nome, muitas vezes o nome completo. Até sabia a data de nascimento deles. Gostava de deambular por ali, conversar com as pessoas, sentia-se sempre acompanhado.

Alguns dos moradores tinham residências imponentes e antigas. Com esses era mais difícil conversar - outros eram mais modestos mas tinham os seus locais arranjadinhos. Outros ainda eram mesmo pobres, e era com estes que ele mais gostava de conversar, tinham mais a ver consigo próprio.

Ele gostava da serenidade e do sossego da urbanização. Os habitantes eram pacatos e as suas residências estavam sempre bem tratadas, os vasos e as flores abundavam por ali. Mas nos últimos anos o local tinha-se expandido e crescido muito em termos de habitantes. A Câmara Municipal e a Junta de Freguesia tiveram mesmo que ceder alguns terrenos para que o local pudesse comportar mais pessoas...

... Ele gostava daquilo que fazia. E ser coveiro do mais importante cemitério da cidade realizava-o! Alguém tinha que fazer aquele trabalho... e depois não havia coisa que ele mais gostasse que era falar com os mortos. Esses não lhe davam problemas. Dos outros, os vivos, ele fugia a sete pés...

2 comentários:

mariam [Maria Martins] disse...

Alexandre,
prezo muito os coveiros, bem como os senhores que nas madrugadas recolhem os lixos, sem eles que seria de todos nós??!!! quiçá sejam das profissões mais importantes...

boa semana
um sorriso :)
mariam

Sol no Coração disse...

Está gira...e na verdade, assim acontece!:0))))
Beijinhos Alexandre.