Descobri que um amigo meu sempre que se deslocava ali para os lados de Tomar em trabalho, fazia um desvio pela vilazinha de Atalaia, onde ficava uns minutos. Perguntei-lhe repetidas vezes o porquê daquele desvio e ele respondeu-me sempre com um sorriso... E nunca o disse abertamente! Apenas abriu um pouquinho o véu esclarecendo que ia ali desejar bom-dia a uma pessoa muito especial! Estranhei, pois sabia que a namorada dele não vivia para aqueles lados...
Mas como toda a gente tem direito aos seus segredos, respeitei-o e nunca mais insisti para que me esclarecesse o enigma! Só que o espírito humano é dotado de uma grande curiosidade - senão não teríamos chegado onde chegámos - e não descansei enquanto não deslindei o mistério. Fiz uma maldade: um dia seguiu-o com muita discreção, reparei que ele parou o carro perto da bonita igreja da Atalaia, vi-o sair, fechar a porta e pensei que ia entrar na igreja. Mas não, até porque a porta da frente da igreja estava fechada. Ele dirigiu-se para o lado direito, passou por baixo de um pequeno arco e a minha imaginação pôs-se a funcionar a 100 à hora: agora apareceria ali uma mulher especial, quiçá vestida de branco e lhe diria numa voz melodiosa «bom-dia»! Mas não, nada disso aconteceu, de longe ouvi-o falar sozinho mas não percebi o que disse. O encontro durou poucos minutos, uns 2 ou 3 possivelmente.
De regresso ao carro, fechou a porta, colocou o cinto de segurança e arrancou. Não me viu. E em poucos segundos eu estava na lateral onde ele tinha estado: olhei em volta e não vi ninguém, nem vestígios de que alguém ali estivesse estado, além do meu amigo. Franzi o sobrolho, já pensando que o stresse desta vida de correria tinha alterado a sensatez ao meu amigo quando vejo um pequeno bichinho - uma lagartixa assomar por debaixo da parede branca da igreja. Ali ficou especada, olhando para mim com o maior dos à-vontades... Pensei que ela fugiria quando me viu. Mas não fugiu, até saiu mais um pouco da sua toca e ali ficou a mirar-me, como se me desejasse «bom-dia». Acho que falei com ela e de certeza que ela entendeu porque fez um pequeno gesto como a dizer «vá, agora vai e faz boa viagem»...
A partir desse dia a igreja da pequena vila de Atalaia é também paragem obrigatória para mim quando me desloco ali para aqueles lados. E chova ou faça Sol lá está a minha nova amiga a espreitar e a desejar «bom-dia». Alguém que nunca me decepcionou até hoje! Ah, esquecia-me de dizer que nunca confrontei o meu amigo com a descoberta do seu segredo... É que agora este é também um segredo meu... Ou era, acabei de o partilhar convosco!

Aqui fica a foto da minha nova e fotogénica amiga!
Espero que gostem dela!
Mas como toda a gente tem direito aos seus segredos, respeitei-o e nunca mais insisti para que me esclarecesse o enigma! Só que o espírito humano é dotado de uma grande curiosidade - senão não teríamos chegado onde chegámos - e não descansei enquanto não deslindei o mistério. Fiz uma maldade: um dia seguiu-o com muita discreção, reparei que ele parou o carro perto da bonita igreja da Atalaia, vi-o sair, fechar a porta e pensei que ia entrar na igreja. Mas não, até porque a porta da frente da igreja estava fechada. Ele dirigiu-se para o lado direito, passou por baixo de um pequeno arco e a minha imaginação pôs-se a funcionar a 100 à hora: agora apareceria ali uma mulher especial, quiçá vestida de branco e lhe diria numa voz melodiosa «bom-dia»! Mas não, nada disso aconteceu, de longe ouvi-o falar sozinho mas não percebi o que disse. O encontro durou poucos minutos, uns 2 ou 3 possivelmente.
De regresso ao carro, fechou a porta, colocou o cinto de segurança e arrancou. Não me viu. E em poucos segundos eu estava na lateral onde ele tinha estado: olhei em volta e não vi ninguém, nem vestígios de que alguém ali estivesse estado, além do meu amigo. Franzi o sobrolho, já pensando que o stresse desta vida de correria tinha alterado a sensatez ao meu amigo quando vejo um pequeno bichinho - uma lagartixa assomar por debaixo da parede branca da igreja. Ali ficou especada, olhando para mim com o maior dos à-vontades... Pensei que ela fugiria quando me viu. Mas não fugiu, até saiu mais um pouco da sua toca e ali ficou a mirar-me, como se me desejasse «bom-dia». Acho que falei com ela e de certeza que ela entendeu porque fez um pequeno gesto como a dizer «vá, agora vai e faz boa viagem»...
A partir desse dia a igreja da pequena vila de Atalaia é também paragem obrigatória para mim quando me desloco ali para aqueles lados. E chova ou faça Sol lá está a minha nova amiga a espreitar e a desejar «bom-dia». Alguém que nunca me decepcionou até hoje! Ah, esquecia-me de dizer que nunca confrontei o meu amigo com a descoberta do seu segredo... É que agora este é também um segredo meu... Ou era, acabei de o partilhar convosco!

Aqui fica a foto da minha nova e fotogénica amiga!
Espero que gostem dela!
10 comentários:
Ainda bem que há mais pessoas que tal como eu, gostam de bichos, de lagartixas também... Os segredos, são um tesouro, mas mesmo partilhados continuam a fazer parte de nós.. Um beijinho envolto em serpentinas..
Que estranho: tenho horror a tudo o que rasteja, seja gente, seja animal.
São dos poucos animais de que não gosto nem de ver fotografias.
Pois fiquei deliciada com a história, até comovida, e com vontade de também eu ir dar bom dia à lagartixa.
Beijinhos e bom domingo
Alex!!!
Que história linda!!!
Adoreiiii!
Bjtssssssss
Uma história com "segredos" de lagartixa. Houve um tempo em que os animais falavam...
Gostei de partilhar a história.
Abraço
Vou contar-lhe também uma:
Quase à entrada da minha casa (que fica nos arrebaldes da cidade, quase campo), vi no asfalto o que me pareceu ser uma cobra muito jovem. Ia apanhá-la e atirá-la para o canteiro, quando me apercebi de que se tratava duma jovem víbora!
Conhece-se, pela cabeça.
Era perigoso apanhá-la à mão.
Fui buscar um pano a casa, agarrei-a e atirei-a para onde a jovem pudesse governar a vida - o vasto canteiro das flores!
Contei a várias pessoas o sucedido, e fui criticado!
Mas se voltasse a acontecer, faria o mesmo.
Um forte abraço.
Uma história comovente, Alex...
Quanto a segredos, tenho a certeza que a tua nova "amiga" os guardará...o que os verdadeiros amigos devem fazer...
Beijos e abraços
Marta
ah! e os ratos?! ratazanas lustrosas que resolveram invadir-me o quintal e ao que constei dias depois, os das minhas vizinhas! Ora eu andava deliciada da vida vendo o corropio daquele ratito (cuidadva ser apenas UM!...) que devorava os restos do meu cão e lhe provocava latidos arrepiantes, modo como fui alertada, e tentaivas de caça pelo digno cão que honra a sua herança de caçador espoezinhada pelas tinas de comida que, como fera doméstica, lhe dou. Ah! as minhas vizinha s andavam furibundas com uma palmeira que, diziam, criava os ratos que lhe invadiam a casa 8exagero delas!9 e eu deliciada vendo os saltos do meu cão e as fintas que a ratita lhe fazia encontrando no mais inamaginado recanto (que eu nem cuidadva que existiam no quintal!!)esconderijo até à fuga final, parede acima numa agilidade que eu prazenteava
PS um dia apareceu morta no canteiro: coisas de guerras antigas pela subsistência...mas vaçourá-la ...eu ? credo! isso é que não!!
bom carnaval e cumprimentos à bichinha
devorava os restos DE COMIDA, não do cão!!! rsss
Achei a história verdadeiramente deliciosa e como travo bastante diálogo com os meus gatos que nunca me dão respostas desagradáveis! acho perfeitamente normal dar os bons dias a uma lagartixa, que certamente não responderá carrancuda ou para fazer jeito. Aliás existe muita gente que nem a lagartixa chega!!! Continua que começaste bem.
Bjs
TD
E eu a pensar que te referias... a mim... ;)
kiss
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