sábado, 9 de fevereiro de 2008

EM MARROCOS SEM GPS!

No ano passado quatro amigos meus resolveram ir dar uma volta até Marrocos. Mas nada de excursões nem viagens planeadas. Foram de avião até Rabat e aí alugaram um carro e partiram em busca da cidade do clássico do cinema, Casablanca.

Mas ainda nós nos queixamos da péssima sinalização que existe em Portugal. Em Marrocos é que não havia mesmo nada, e o que havia estava escrito em árabe - bom, de vez em quando também em francês, mas tão depressa aparecia «Marrakech - 70 km», como «Marrakech - 200 km» para logo a seguir aparecer «Marrakech - 170 km».

Andaram, andaram mas nunca mais chegavam a lado nenhum. Até que resolveram pedir ajuda a um autóctone. Hesitaram interpelar as pessoas - até porque não faziam ideia de como essas pessoas iriam reagir, apesar de ser conhecida a hospitalidade marroquina - e finalmente lá encontraram um rapaz aí para os seus 14 anos que se dispôs a orientá-los.

Com um francês muito arábico lá perceberam que ele queria entrar no carro e assim mais facilmente lhes indicar o caminho correcto. E aí é que começou a grande odisseia: através de muitas palavras começadas por «al» o rapaz fê-los percorrer quilómetros e quilómetros e ao fim desse tempo todo os meus amigos ficaram com a impressão que estavam quase no mesmo lugar. Mas, pronto, tinham que confiar no «guia».

Até que - aos gritos - o rapaz os mandou parar à entrada de uma pequena aldeia. Por gestos pediu para sair e quando pôs o pé na terra batida mandou-se a correr de tal modo que os meus amigos ainda saíram mas nem ousaram segui-lo. Não valia a pena! O rapaz desapareceu por trás de umas casas de barro e só então eles perceberam que o rapaz não quis outra coisa senão que o fossem deixar em casa... É claro, Marrakech era uma miragem!

6 comentários:

Gata Verde disse...

Antes de ler o final, já calculava qual seria...a fama de hospitalidade é só teorica.
Os tunisinos são bem mais afáveis.

Beijinhos

Sol da meia noite disse...

Mas tu sabes que o mundo é dos espertos... o miúdo marroquino também o sabe... pelos vistos...

Beijinhos

Kalinka disse...

Bem Alexandre, se a história é mesmo verdadeira...só acho que os teus amigos têm que pensar melhor para onde decidem ir...no caso de quererem aventuras!!!
É que estou mesmo farta de países árabes. Como diz a GATA VERDE, os tunisinos são bem mais afáveis...

Depois...falar de sinalização em países árabes, só de quem nunca pôs os pés em nenhum, porque até arrepia!!!

Sabes o que um egípcio me disse, em Novembro, lá no Cairo? Para atravessar uma rua cheia de movimento, como as de lá, o trânsito é horrível...faz o seguinte: fecha os olhos e vai sempre em frente!!!
Tens 2 alternativas:ou eles abrandam para tu passares, ou morres desfeito...
Por isto já podes ver como é!

Bichodeconta disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Bichodeconta disse...

Essa odisseia dos teus amigos vem reforçar a minha desconfiança em relação a tudo o que seja Árabe ..Nunca fui até lá, melhor, eu só viajo até ao Alentejo e pouco, mas aí sei que conheço a lingua, as estradas, dispenso o GPS..E depois, um puto de tão pouca idade já dá a volta aos Portugas, imagina quando crescer !!!! Interessante a história e alerta-nos para o perigo de confiar assim nas pessoas.. um abraço...

irneh disse...

Olá

Pois é, Alex! Estamos mal. Confiamos demasiado nas pessoas (foi assim que nos ensinaram), mas, pelos vistos, é apenas teoria!!
Por outro lado, aventura sim, mas com uma boa avaliação do risco.

Beijinhos!!