quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

O ASSALTO GORADO PELO TELEMÓVEL!

Já passava das 11 horas da noite quando Eduardo saiu do comboio. Estava sem carro, teria que apanhar um táxi para casa ou então fazer uma caminhada de meia-hora mais ou menos. Mas resolveu nem se certificar se havia táxis ou não, meteu-se ao caminho. A noite estava fria e ventosa mas por acaso ele até estava bem agasalhado e o ar frio a bater-lhe no nariz até lhe sabia bem.

O passo era apressado e a atenção alguma: não é que aquele trajecto fosse manhoso em termos de segurança mas quando uma pessoa caminha sozinha convém ter algum cuidado! Tinha uma boa parte da marginal para fazer, a maré estava alta e até ao longe descortinava os vultos dos flamingos que haviam adoptado a baía de há uns meses para cá!

Algumas pessoas passaram por ele, pessoas do jogging ou das caminhadas. Tudo bem, ninguém suspeito, em princípio! Embora não fossem horas para telefonemas sabia de um amigo que se deitava sempre tarde e com quem tinha umas coisas para tratar. Ligou-lhe! O outro atendeu e assim foram falando durante alguns minutos... De repente - e talvez porque fosse um pouco distraído - saltam-lhe duas pessoas ao caminho e em décimos de segundo apontam-lhe uma faca exigindo a carteira, o telemóvel e outros valores.

Eduardo quase por instinto deixa escorregar o telemóvel ligado para dentro do bolso do casaco. E com uma calma que ele nunca pensou ter começou a «negociar» com os assaltantes: que já passava há tantos anos naquele preciso local, que nunca tinha problemas, que estava pronto a ajudá-los mas que as coisas podiam ser feitas de outra maneira, que lhes podia dar algum dinheiro, etc, etc,...

Eduardo não soube quantos segundos ou minutos esteve a falar com os assaltantes mas sem que estes se apercebessem conseguiu comunicar o local exacto onde estava ao amigo que estava no outro lado da linha. Este também não foi ingénuo, ligou por outro telefone para a polícia que por acaso tinha um carro patrulha nas imediações e num curto espaço de tempo o feitiço virou-se contra os feiticeiros...

Moral da história (verdadeira!): quando se caminha por algum local pouco seguro não é má ideia ir falando com alguém ao telemóvel - além da pessoa se sentir acompanhada ainda pode tirar muita utilidade desse telefonema!

6 comentários:

Sol da meia noite disse...

... e tudo fica bem quando acaba bem.

Mas há que ter em conta que nem todos os assaltantes são assim tão lentos... muito menos aceitam conversas...

Bjs

Jasmim disse...

Ideia interessante esta de ires contando histórias, alé de serem interessantes dão algumas pistas.
bjocas

Filoxera disse...

Se resultasse sempre assim tão bem...
Beijinhos.

Bichodeconta disse...

Bem estou com azar, já tentei tres vezes.. Eu que sou uma desconfiada nata, quando viajo , tenho algumas atitudes que a mim , me parecem defensivas.. Mas porque não fiz copy e perdi tudo o que havia escrito, digo apenas que as tuas histórias para além de onteressantes são preventivas.. O manter a serenidade em casos desses também me parece uma atitude a tomar... Prabéms mais uma vez, afinal aqui não está só uma simples história, estão conselhos de prevenção que podem ser uteis a qualquer um de nós quando menos o esperamos..Um abraço da Ell

Chellot disse...

Vim conhecer seu novo blog.
Essa história lembrou-me um acontecimento aqui no Brasil essa semana. Um rabino estava sendo assaltado em sua casa e ligou para o porteiro falando em português e em hebraico disse: me ajuda. Como o rabino não falava em português com o porteiro, logo o outro percebeu que havia algo errado e chamou a polícia. o assaltante, vestido como judeu, foi preso em flagrante.

Voltarei.

Beijos naturais.

irneh disse...

Olá

Mais um história que nos ensina alguma coisa. Precisamos é de coragem e sangue frio para agir assim.

Beijinhos!!!