terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

«O CASAL DE BIMBOS ESTÁ NO 10 OU NO 28!»

Vi a cena que vou relatar há pouco em pleno Cais do Sodré em Lisboa. Três ou quatro «pintas» com surrados fatos e gravatas dos anos 70 comunicavam entre si assobiando e com algumas expressões só por eles entendíveis. Deslocavam-se de um lado para o outro em passo acelerado na zona da estação dos comboios, entre pedintes, turistas, vendedores de ocasião e... gente!

Pareceu-me que procuravam ou perseguiam alguém. Foi quando um deles gritou para os outros, com muitos gestos à mistura: «o casal de bimbos está no 10 ou no 28!» Referia-se com certeza aos números dos autocarros ou dos eléctricos e ao local de paragem dos mesmos.

Eram todos homens na casa dos 50 anos, brancos, mas de tez escura. Só faltava sentir o cheiro do tabaco para ter o quadro perfeito! Havia autocarros e eléctricos parados nas paragens e nos semáforos , e eles desapareceram por entre os veículos.

O resto da história não a posso contar porque não sei como termina... mas quer-me parecer que há poucas horas atrás alguém ficou sem carteira ou sem dinheiro em plena Lisboa numa tarde ensolarada de Inverno!

(esta história também é verdadeira)

4 comentários:

Sei que existes disse...

É bem possível!
E nestes casos é difícil recuperar seja o que for porque esses bandos são, normalmente, muito bem organizados.
Beijo grande

Bichodeconta disse...

Cá para mim, esses fatos ensebados deviam fazer pandant com sapato branco com biqueira preta de verniz, e já agora, chapéu, o cheiro devia ser pestilento.. A carteira ou carteiras deve ter desaparecido por artes mágicas como tantas outras... Ó Alexandre, já agora, eles circulavam entre turistas, pedintes e gentes, e uns Alentejanos também, certamente..Acho que daqui podia sair um livro de pequenas (grandes) Histórias veridicas ou não , mas onde a tua imaginação deixa rasgos de profissional ...Parabéns..

PinkMoon disse...

Nas ciências sociais existe a noção de "pre-conceito"; trata-se de ideias pre-concebidas acerca de determinado tema, que impedem a rotura com o senso comum... no meu caso será defeito profissional.

Mas aqui os cientistas sociais ficam de fora e o que importa é que continues com estas pequenas histórias - sejam elas reais ou não, o que releva é a criatividade de as (re)inventar!

Filoxera disse...

Continua!
Beijos.