segunda-feira, 18 de agosto de 2008

O SUICIDA QUE SALVOU UMA VIDA...

Ele nunca tinha saído do seu país e agora estava numa cidade desconhecida! O idioma daquele país não era assim muito diferente do seu mas ele estava desejoso de regressar a casa. O novo emprego que arranjara começou logo por lhe proporcionar uma viagem ao estrangeiro. É certo que foi uma viagem curta, só de um dia, mas suficiente para se ir preparando para estas saídas.

Para se deslocar do hotel até ao aeroporto tinha várias possibilidades: a mais cómoda seria ir de táxi pois como ele não estava habituado a estas coisas não queria arriscar a chegar tarde e a perder o avião. Na recepção pediu para lhe chamarem um táxi. Mas um indivíduo seu conterrâneo que estava na recepção - e pelos vistos muito apressado para sair - falou-lhe do trânsito infernal àquela hora dentro da cidade e aconselhou-o a apanhar o Metro. Que ele próprio fazia isso e sempre se tinha dado bem. Ele hesitou, mas perante a insistência do indivíduo - que depois disto saiu a correr - e como levava pouca bagagem anuiu e acabou por ir de Metro.

Já no Metro, avançou apenas meia estação... o Metro parou! Implacavelmente! Num momento que não podia parar! E ainda por cima entre estações, o que lhe impossibilitava de sair e apanhar outro meio de transporte! Amaldiçoou o seu conterrâneo com todas as palavras respectivas no seu léxico vocabular. De nada lhe adiantou, é certo! Ouvia-se falar dentro da carruagem do Metro de um indivíduo que se tinha atirado à linha... suicídio, pois claro! Por isso a demora parecia que seria eterna! Quando lhe foi permitido sair do Metro há muito que o avião estava perdido.

Já à superfície ficou admirado com o rodopio de ambulâncias e carros de bombeiros que deambulavam pelas ruas da capital daquele país. Conseguiu fazer parar um táxi, e antes mesmo de inquirir o motorista sobre o que se passava, já este estava contando: um avião com destino à cidade para onde ele ia explodira no momento de levantar voo - e parece que não havia sobreviventes! - e a juntar a isto, um estrangeiro apressado acabara de se suicidar no Metro...

2 comentários:

Filoxera disse...

Perdas e ganhos...
Beijinhos.

Elvira Carvalho disse...

Gostei. Tão real como a própria vida.
Um abraço